quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Direitos


Os espaços PÚBLICOS são de quem mesmo?

Pela educação que tive aprendi que o publico é de todos, toda a população tem o direito de usufruir, independente de raça e classe social estando dentro das leis vigentes no local. Mas mesmo todos sabendo desta denominação para o espaço publico há uma certa parcela da população que se acha com maior direito sobre este, querendo chegar ao absurdo ponto de proibir um grupo de cidadãos de utilizar este espaço para a pratica de suas atividades, as quais não infringem nenhuma lei.

Está situação já é freqüentemente observada em partes mais abastardas da cidade de São Paulo, onde skatistas são expulsos, por seguranças particulares, das calçadas e fachadas com arquiteturas propicias para a pratica deste “esporte”.

Recentemente um dos cartões postais desta cidade, a Av. Paulista, teve suas calçadas reformadas, tornando-se um dos locais mais cotados para andar de skate, mas como se trata de um espaço muito movimentado, os skatistas vão, em sua maioria, nos horários de menor movimento, que são madrugadas e fins de semana se divertir nesse local, que agora com suas calçadas lisas, tornou-se um dos melhores espaços públicos para a pratica deste.

Mas como dito no inicio, há uma certa parte da população que se acha com maior direito sobre o espaço público, e é justamente desta parte da população que se compõe os moradores da Av. Paulista, que com a sua mentalidade arcaica e bitolada, querem por meio de um abaixo assinado que seja proibido a prática do skate no local, pelos pífios motivos de ser um esporte que pode machucar quem está por perto, estar destruindo as bordas de suas lindas construções e canteiros e, por incrível que pareça, estar fazendo muito barulho de madrugada. Agora analisando estes motivos, é real que pode machucar quem está por perto, mas por que não dizem nada dos ciclistas, patinadores e carros que invadem a calçada para entrar em estacionamentos? Preconceito? No caso de estar quebrando as bordas e canteiros, o desgaste feito pelo skate é muito pequeno, necessitando muito tempo para que realmente venha a destruir algo, o vale do Anhangabaú é freqüentado por skatistas há anos e nunca acabou. Quanto ao barulho, acho que não preciso dizer nada, afinal alguém que mora na Paulista e se incomoda com barulho ta morando no lugar errado.

O que resta é esperar o resultado deste abaixo assinado parar saber se realmente alguém tem prioridades sobre o espaço PUBLICO.

7 comentários:

Unknown disse...

na verdade, quanto a distruição de bordas e jardins das novas construções da avenida paulista, eu acho que realmente naum deveriam acontecer ao menos se fosse por uma boa causa, no caso a prática de um esporte.
e em relação a, andar de skate de madrugada, infelizmente isso vai sempre ser proibido, naum por algum abaixo assinado, pq esse tipo de reclamação jamais vai conter skatistas de andar em uma avenida como a paulista, mais como sempre, existe a lei do silêncio, que da o direito de impedir skatistas de andar após as 22 horas na avenida, isso claro, pode naum funcionar, mais começa sempre funcionando pelo menor, no caso, os skatistas...

Renan M. disse...

Concordo plenamente com o Houstão !

disse tudo !

Pri Boscariol disse...

e foda nao poder andar na paulista ainda mais pelo barulho.. e demais né..

Pedro Bonetto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Bonetto disse...

Fala Houston!
Concordo plenamente com você!

"Os poderosos podem acabar com 1, 2 ou 3 rosas... mas nunca poderão deter a primavera!"

(Che Guevara)

Pega nada, se quiserem andar vão e andem... tomou enquadro? responde sim senhor/não senhor! e volta a andar!
barulho por barulho os "playboys" da VILA OLÍMPIA com seus carros tunados ouvindo PUTZ PUTZ fazem muito mais!

abraço

Unknown disse...

Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

A Flor e a Náusea.... DRUMMOND
(Carlos Drummond de Andrade escreveu, em 1945, seu poema A flor e a náusea num brado por ação. Os versos expressam a indignação do poeta diante da situação sócio-econômica e política do país e do mundo. Falam da imprensa, dos crimes não publicados, dos jornais que não lêem a vida cotidiana, tornam-na enganosa. "Ração diária de erro, distribuída em casa". A flor simboliza a luta, o não-conformismo. A náusea vem do o mal-estar diante das "fezes, maus poemas, alucinações e espera": diante do caos social. O que faz o jornal, do governo ou da esquina, frente às injustiças? Mais do que espelho da própria instituição, a comunicação tem o dever de quebrar mitos, de propor desafios. De fazer nascer a flor – na rua, no debate público, "rompendo o asfalto" –, sem fingir a sua A existência. Para tanto, precisa firmar seu pacto com a esfera pública).

* Houston to contigo...
Sejamos Conscientes e não hipócritas.

fcjbr disse...

A paulista pode ser barulhenta durante o dia, mas a noite sempre foi mais tranquila. Infelizamente alguns grupo realmente extrapolam e incomodam bastante. Independênte de classe social, em qualquer outro bairro, tenho certeza que também daria o mesmo problema, mas em algum locais a reação dos moradores poderia ser até mais energica. O que você vai dizer a um morador do locar que reside ali a mais de 20, 30 ou ate mesmo mais de 40 anos? Que pegue suas coisas e se mude? Claro que não. Devemos usar o bom senso, por que se concentrar sempre em um local se a paulista possui cerca de 5km de calçada? O melhor é evitar ficar próximos de prédio residenciais após um determinado hórario, até por uma simples questão de respeito, o mesmo direito que você tem de utilizar o local o morador também tem. Esses edificios são poucos e fáceis de serem identificados, afinal não é possivel que apenas uma ou duas quadra da paulista sejam adequadas para a prática. Agora o mais absurdo que essa proibição é o fatos de os parques publicos, simplesmente fecharem após um determinado hórario, como é o caso do ibirapuera e da propria pista próxima a dr arnaldo. É como eu chegar em uma praça, mandar a galera sair e simplesmente fechar o local, isso não existe.